Nossa série de pequenas entrevistas com os delegados e delegadas da sociedade civil pernambucana que irão participar da I Conferência Nacional de Comunicação traz, desta vez, o depoimento de Everaldo Costa. Everaldo é um dos representantes do Grupo de Informática, Comunicação e Ação Local (Giral ), situado no município de Glória do Goitá. O coletivo trabalha com a capacitação de jovens e adolecentes. O coordenador executivo do Giral também integra o Fórum Pernambucano de Comunicação.
Ombuds PE: Qual é a sua expectativa para a I Confecom?
Everaldo Costa: Espero que as propostas de todos os Estados sejam discutidas e favoreçam a população de forma igualitária. Estamos numa discussão acirrada com os grandes empresários e políticos concessionários, mas queremos apenas, que eles entendam que a população de forma geral deve ser respeitada e ter seu direito garantido. Estou me preparando, lendo, e me informando sobre a mobilização em outros Estados para que nós sociedade civil possamos levantar nossa bandeira com um interesse comum: a comunicação como direito humano.
Ombuds PE : Quais são as principais propostas do Giral para a conferência?
Everaldo Costa : Na COE [ comissão organizadora estadual da Confecom PE], a partir do Grupo de Informática, Comunicação e Ação Local (Giral), represento as juventudes de Pernambuco. Um de nossos interesses é a aprovação de propostas para criação de conselhos de comunicação nas três esferas governamentais. A partir disso, muitas coisas podem mudar. O funcionamento desse órgão pode construir, fiscalizar e contribuir para que outras propostas sejam implementadas. Mas, marco regulatório, produção e distribuição de conteúdos também estão na lista de nossas prioridades.
Ombuds PE : Quais serão os principais desafios para a aprovação – e a execução dessas propostas?
Everaldo: Estamos vivendo um momento histórico no Brasil com a realização da primeira Confecom. Isso é uma conquista, e ao mesmo tempo momento de muita apreensão considerando os interesses políticos e comerciais da área. Acredito que um grande desafio seja dialogar com os grandes empresários a aprovação de propostas que de fato, democratizem a comunicação. Pois, o debate sobre a apropriação de bens públicos pelos empresários, principalmente os da televisão, sempre é desafiador.
Outro desafio é fazer com que algumas das propostas apresentadas e aprovadas na Confecom se tornem políticas públicas. Daí a importância da continuidade da Conferência. Essa discussão não pode ser concluída em Brasília, os delegados e delegadas devem cobrar a execução das políticas em seus estados e, se necessário, pressionar o governo a aplicar-las. Deixando de lado os interesses políticos.
MUito bom. Fico muito feliz em saber que tem gente que pensa dessa forma e vai atrás de nossos direitos. Parabéns a Everaldo Costa e a todos e todas do Ombuspe.