A notícia da construção de um Shopping Center no terreno onde localizava-se um quartel do Exército em Olinda fez com que um grupo se mobilizasse para compreender mais o plano diretor da cidade e propor usos mais adequados ao interesse público no município. Assim, o grupo #maisparquesolinda vem incomodando o poder público, valendo-se da Lei do Direito à Informação e solicitando informações (ainda não dadas) sobre o nebuloso processo de compra do terreno e sobre o andamento das consultas públicas e licenças necessárias para a obra. Na luta por um diálogo democrático sobre o direito à cidade e a ocupação do solo, a turma tem enfrentado não só a burocracia do poder público e a força da especulação imobiliária. O silêncio da mídia mais um obstáculo pra quem acha que desenvolvimento é muito mais do que o trânsito e o consumo trazido por um centro de compras. Sobre isso, o OmbudsPE conversou com o professor Alexandre Miranda, um dos integrantes do grupo
OMBUDSPE –Como e quando vocês souberam que um shopping center estava sendo construído na área do antigo quartel do bairro novo?
ALEXANDRE MIRANDA- Tudo começou em 2012, quando em uma conversa com o André Fly (liderança dos skatistas de Olinda) e também pela mídia. Daí para frente a ideia de construção de um parque no local ao invés do shopping vem crescendo, inclusive entre os moradores vizinhos ao terreno.
OMBUDSPE – Por que vocês se opõem ao projeto? O que pretendem com o local?
AM – Acreditamos e defendemos que aquele espaço, junto com a orla, virem um novo centro cultural, de esporte e lazer da cidade. Um dos maiores complexos de integração social da região metropolitana e não um centro comercial onde teremos num espaço curto de tempo problemas como engarrafamentos e aquecimento da região. Não queremos que em uma privilegiada área da cidade patrimônio histórico e cultural seja construído um centro que remeta as pessoas o consumo, queremos um espaço que possamos integrar as pessoas e compartilhar experiências.
OMBUDSPE – Como vocês têm atuado para que essas demandas sejam atendidas?
AM– Primeiro mobilizando a sociedade, foi assim que surgiu o #MAISPARQUESOLINDA, através de um desejo coletivo de barrar o desmatamento da área e a construção do shopping. Também intervimos através de solicitações de informações oficiais da prefeitura. Enviamos no inicio do ano, um requerimento para a prefeitura (Procuradoria e SEPLAMA) solicitando informações sobre como aconteceu a venda do terreno para iniciativa privada. E outro encaminhado solicitando informações sobre o projeto, as licenças e estudos sobre a mobilidade, impactos ambientais, sociais e econômicos que o empreendimento causará. Mas até agora nada de resposta dos órgãos públicos.
OMBUDSPE – O que têm observado da cobertura sobre o tema? Há matérias sobre o shopping ou sobre a atuação de vocês na mídia comercial?
AM- Apenas dois blogs locais noticiaram a nossa luta. A reportagem do Diario de Pernambuco nos procurou para fazer uma matéria. Passamos todas informações, todos os questionamentos, inclusive entrevistaram moradores da região que não concordam com o shopping no local. Segundo a jornalista, a matéria sairia no máximo em 21 de fevereiro, mas até agora nada foi publicado. Achei muito estranho. Outra coisa, percebemos que nos últimos meses algumas matérias sobre o shopping vêm sendo repercutidas por alguns canais de comunicação escrita, sempre celebrando a obra, mostrando apenas o entusiasmo de alguns gestores públicos municipais.
OMBUDSPE – Acreditam que essa cobertura (ou a falta dela) pode interferir no sucesso ou no fracasso da movimentação de vocês?
AM – É muito relativo, mas seria importante que as mídias que apresentam as matérias do shopping, no mínimo, ouvissem também o outro lado da história. Ajudariam bastante no debate sobre o tema. Mas o que esperar de uma mídia totalmente ligada as grandes corporações econômicas e politica do nosso estado? Basta abrimos os jornais e ligar a TV que percebemos que lado eles estão. Queremos provocar e chamar atenção da sociedade sobre importância de um debate sobre essa questão, não queremos impor nada, como está sendo feito nesse momento. As mídias só apresentaram um lado, o lado da especulação financeira. Falta escutarem o outro lado, o lado da sociedade.
OMBUDSPE – O que pretendem fazer daqui pra a frente?
AM – Vamos buscar nossos direitos. Montamos um núcleo jurídico onde iremos questionar nas instâncias judiciais, a falta de transparência do processo de construção do shopping… E ao mesmo tempo, provocar a sociedade a debater melhor os rumos da nossa cidade.
OMBUDSPE – Continuarão buscando espaço nos meios de comunicação? De que forma?
Vamos sim, mandando atualizações das informações, por exemplo. Também pelas redes sociais e blogs. Também temos nossa página no Facebook, que é a “Mais Parque Olinda”, lá colocamos distintamente informações sobre o caso.
Na verdade esse é o mesmo grupelho de caranguejos do Recife que, hipocritamente. se auto-denomina de direitos urbanos. Os caranguejos imundos do Recife estão espalhados por todo o estado, principalmente na RMR.
Não Carlos. Não somos o mesmo grupo. Somos moradores da cidade que têm consciência crítica e defendemos o intereesse da comunidade. Sem simplesmente egolir o que o poder público e seus colaboradores de campanha querem impor a população a revelia da lei. Se você é sócio ou capacho de um desses (prefeitura, empreiteiras ou proprietários de shoppings)procure se informar para defender melhor os interesses deles.
Esse pessoal que se opõe à construção do Shopping em Olinda, se não estou enganado, foi o mesmo que queria impedir a construção do HIPER BOM PREÇO, alegando que naquela área devia ser construída uma praça de lazer, etc. etc. e graças a Deus nada conseguiram. O Grupo Paes Mendonça provou que a compra daquela propriedade estava toda legalizada e hoje temos um Super mercado de alto nível que abriu muitas oportunidades de emprego e mudou para melhor a paisagem do local.Agora se apresentam como “moradores da cidade que têm consciência crítica” e defensores do “interesse da comunidade”. Não acredito que essa gente fale em nome de mais de 300 mil olindenses que, com certeza, querem orgulhar-se de serem agraciados com um mega centro de compras com previsão de investimento de mais de R$ 500 milhões, centenas de vagas para os que estão em busca de emprego e aumento da arrecadação de impostos,para o Estado e o município. Tomara que nossas autoridades não vão na “onda” dos que pretendem entravar o progresso de Olinda e deem todo apoio à construção do Shopping, evitando que ali se torne futuramente um local de usuário de drogas, enquanto se aguarda a tão “sonhada” construção de uma parque ou de uma praça para satisfação e comodidade dos que se declaram possuidores de “consciência crítica e defensores dos interesses da comunidade” (olindense?).
Sou moradora de Olinda e acredito que aquele terreno do antigo quartel pode ser utilizado de muitas outras maneiras que não a construção de mais um shopping. A cidade é para todos/as e não apenas para aqueles que querem e podem consumir num shopping. Como ficará o comércio local depois da inauguração do shopping? E o trânsito? Será que esse shopping é mesmo a única solução para gerar emprego e renda pra Olinda? Claro que não. Como aquele terreno foi parar nas mãos da iniciativa privada? Houve audiência pública? Onde estão as licenças para a construção? Impacto ambiental e de vizinhança? Se tem eu nunca os vi. Um ambiente público e bem planejado/organizado é muitíssimo melhor do que um shopping. Lá pode ser criado um centro cultural, com apresentação de shows por exemplo, uma academia da cidade que promova mais saúde à nossa população e muitas outras potencialidades… todas aquelas árvores serão derrubadas e as pessoas ainda defendem essa construção? Está na hora de nos questionarmos o que significa de fato a palavra desenvolvimento….
Mais uma vez, perderam completamente o timing. Deixam para propor o “parque” e fazer milhares de questionamentos apenas quando o shopping já está sendo lançado.
Os interesses do poder economico são apoiados por muita boa gente que tem uma visão de desnvolvimento com (empregos e valorização de imobiliario).Mas hoje está bem visivel o que o dito “desenvolvimento”nos contempla,prédios ,torres e as praias da orla sujas…para quem não viu os esgostos imundarem as principais Avenidas….sem falar nos custos de proteção a esses mesmos.Assim Olinda continua e continuará a ser a sucessão dos donatários da Colonização,pois a mente de muito residentes na zona nobre,tudo consegue com a legitimitade do poder …amigos do mui amigos.Os Altos,as areas de pescadores deixou de ser Olinda…subam um pouco além do Shopping e uma passeata pelo canal,assim como V8,v7..Milagres,essa continua socialmente da mesma forma…