Hoje à tarde foi encaminhada ao Ministério Púbico de Pernambuco ( MPPE) mais uma denúncia de violação aos direitos humanos pelo programa Bronca Pesada, apresentado pelo âncora Joslei Cardinot. O programa já figura no quinto lugar do ranking da baixaria. O ranking faz parte da campanha Ética na TV, promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, em Brasília, que recebe e a avalia denúncias de desrespeito e agressão aos direitos humanos e elenca os programas com maior índice de violações. No Bronca Pesada, desta vez, o alvo das violações foi a religião de matriz africana da qual faz parte o babalorixá Ivon D’Oya. Ridicularizado na tela da TV, Ivon D’Oya encaminhou denúncia hoje à tarde, ao MPPE, solicitado Direito de Resposta no horário do programa.
Tudo começou, de acordo com Ivon, quando o balorixá voltava para casa, no bairro de Santa Tereza, Olinda, por volta das 19h quando o motorista de um veículo que costumava freqüentar o bairro, ao ver o pai de Santo começou a proferir impropérios. O sacerdote dirigiu-se a um policial que fazia ronda no bairro e explicou que tinha acabado de ser vítima de homofobia e discriminação religiosa além ter sofrido ameaças de agressão física. O pai de santo conta que, entre outros xingamentos, foi chamado de frango e macumbeiro pelo motorista do veículo, o jovem Tiago Vieira de Melo, filho de empresários pernambucanos.
“Não sou frango, sou homosexual assumido e sacerdote de matriz africana” rebateu Pai Ivon. O caso foi exibido no programa policialesco Bronca Pesada (do último dia 22) de forma desrespeitosa e ridicularizando as religiões de matriz africana. O sacerdote já havia encaminhado o boletim de ocorrência ao Ministério Público pela agressão verbal sofrida na rua e agora encaminha ao MPPE a denúncia do desrespeito ao caso tratado no programa da TV Jornal.
Na matéria, no decorrer da exibição, o telespectador ouve o som de uma galinha cacarejando. Na edição de imagens vê-se fotos do terreiro do Babalorixá ao som do cacarejar da ave. “Abri minha casa para a equipe de reportagem, abri o meu sagrado, a minha religião para que eles fizessem uma reportagem respeitosa, como nossa religião merece. Mas tiraram foi onda, nos desrespeitaram”, diz. O babalorixá argumenta que a discriminação e o preconceito não atingem especificamente o Ivon Carlos de Araújo Ferreira enquanto cidadão, mas todas as pessoas de livre opção sexual e integrantes de religiões de matriz africana.
No último dia 26, na câmara dos vereadores de Olinda, houve ato de desagravo que contou com a participação de diversas representações de movimentos sociais, entre elas o movimento LGBT, movimento de direitos humanos, juntamente com os representantes das secretarias de direitos humanos e o movimento negro. “É inadmissível que alguém se considere acima da lei ao ponto de destratar publicamente uma pessoa. Exigimos a aplicabilidade do respeito aos direitos dos seres humanos em sua integralidade”, diz Delma Silva, vice-presidente do Conselho de Direitos Humanos de Olinda e Articuladora Estadual do Movimento Nacional de Direitos Humanos ( MNDH).
Para Delma, no episódio ocorrido na TV, fica claro que houve violação da Constituição em seu preâmbulo, cujo texto diz que ninguém será discriminado por sexo, raça, religião. A articuladora do MNDH também salienta que o apresentador além de tratar o caso de forma desrespeitosa, não menciona o nome do agressor. “Em momento nenhum o programa diz o nome do agressor por ser filho de um grande empresário. Enquanto a vítima da agressão é exposta ao ridículo, o agressor é protegido pelo anonimato”, relata.
No decorrer da reportagem, o apresentador do Bronca Pesada, Josiley Cardinot, enfatiza o termo ‘frango’, comparando com galinhas utilizadas em rituais de algumas religiões. “Por isso que eu tava perguntado, porque esse povo faz despacho na encruzilhada”, comenta jocoso. Em seguida, diz haver um ‘macumbeiro’ no estúdio, que vai pegar o nome de alguém para fazer algo a essa pessoa.
“O rapaz que me agrediu verbalmente errou, mas também a matéria do Bronca Pesada, que foi muito desrespeitosa com o nosso povo das religiões de matriz africana , diz Ivon, afirmando que levará o caso até final .Segundo o pai de santo é importante desfazer idéias equivocadas a respeito das religiões de matriz africana, que fazem parte de uma cultura muita rica. Elemento que não é mostrado.
Uma farsa o que esse Pai Ivon fez. Moro na mesma rua, Duarte Coelho, e acompanhei todo o fato. A rua inteira e incomodada permanentemente pelas expressoes ostensivas de sua religiao, fazendo barulho acima do nivel normal e inclusive amedrontando outros moradores da rua. Nesse dia estava la presente, e ele apenas encontrou uma pessoa que teve a coragem de responde-lo a altura, sem medo das suas ameacas de fazer despachos para o mal das pessoas. Ele na verdade foi quem agrediu o cidadao, e aproveitou-se do fato de ter dois policiais militares conversando com ele no terreiro dele. Os policiais nao estavam passando na hora, estavam la como ja estiveram outras vezes. O que na verdade esse dito Babalorixa queria era se promover, usando-se da imprensa e de causas fortes como a intolerancia religiosa e a homofobia. Ele deveria ser motivo de vergonha para tantas pessoas que praticam de forma honesta religioes de matriz Africana.
Quem vai responder diversas acoes pelas mentiras que falou no radio, durante o programa de Cardinot, e o Pai Ivon.
E aí doidão? Quem escreveu essa notícia? Não vai responder a esse comentário que desmoraliza de forma definitiva esse papo de “matriz africana”, pô, o que é isso?
Protestante/evangélicos são chamados de crente, na maioria das vezes pejorativamente.
Matriz Africana é catimbó, macumba, xangô…
Se seguirmos essa lógica pra deixar os macumbeiros com nome bonito e meio cult, podemos começar a chamar SHOPPING CENTER de CENTRO DE COMPRAS…
E aí doidão?